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Na Tabajara: Especialista fala de prejuízos do ‘kit Covid’
Após declaração da Anvisa, neste domingo, 17, reiterando a não existência de tratamento preventivo contra a Covid 19 e, por isso, a urgência na liberação de vacinas que possam conter o avanço da pandemia, o programa Fala Paraíba, da Rádio Tabajara, convidou a doutora em Biologia Molecular e professora da UFPB, Bagnólia Costa, para uma entrevista que aconteceu ao vivo, por telefone. A especialista detalhou os graves prejuízos à saúde que os medicamentos indicados no ‘kit covid’ podem ocasionar e pontuou interesses econômicos por trás da prescrição desses remédios.
Respondendo aos questionamentos dos apresentadores, Ivyna Souto e Marcos Thomaz, ao longo da entrevista, Bagnólia chamou atenção sobre o uso de medicamentos na intenção de se prevenir contra a Covid-19, já que não há comprovação científica alguma sobre isso. Segundo ela, há um forte interesse econômico por trás dessas indicações. Ela disse que antes da pandemia, uma cartela com 4 comprimidos de Ivermectina, por exemplo, custava 4 reais, hoje, em média, os mesmos 4 comprimidos do medicamento custa cerca de 25 reais, um aumento de mais de 600%. Ela explicou que pelos estudos realizados, seriam necessários 153 a 176 comprimidos, de uma só vez, no organismo, para alcançar o vírus.
A especialista ainda chamou atenção para os efeitos colaterais dos medicamentos como a Cloroquina e Azitromicina, que entre seus efeitos colaterais, está a arritmia cardíaca. “Em breve, o país terá uma legião de pessoas com problemas cardiovasculares sérios. A cloroquina também causa perda da visão periférica”, disse. Segundo ela, o tratamento da doença deve ser a partir dos sintomas, e não preventivo, porque não há comprovação científica alguma, o que foi reforçado pela Anvisa, em pronunciamento realizado neste domingo, sobre a aprovação das vacinas Coronavac e de Oxford.
“O médico vai tratar as sintomatologias, o alívio de dores, da febre. Não há medicamento para perda de olfato e paladar, tem que esperar passar. E muitos não vão apresentar esse sintoma. A depender da fase, se precisar de oxigênio, a medicação para este momento é a dexametasona, predisona, a depender dos sintomas, anticoagulantes, como eparina, tudo isso a partir de uma avaliação médica do quadro do paciente”, considerou Bagnólia, que ainda alertou que em nenhum outro país do mundo foi aprovado, oficialmente, o ‘kit covid‘, indicado aqui no Brasil pelos órgãos de regulação do país.
Ela também relatou que o médico responsável por uma publicação que trazia dados de uma possível eficácia dos medicamentos do ‘kit covid’ para o tratamento da doença, no país, pediu para retirar essa publicação da revista, reconhecendo erros nos dados que apresentou. Bagnólia continuou ainda, dizendo que nenhum médico brasileiro assinou o protocolo da cloroquina no ‘kit covid’, que é três vezes mais tóxica que a hidroxicloroquina. Para ela, a partir de hoje, o Ministério da Saúde deveria proibir o uso da cloroquina, tendo em vista a declaração dada ontem pelos pesquisadores e técnicos da Anvisa. “Não existe tratamento precoce para Covid 19, até o momento”, finalizou.