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Na Tabajara: Diretor do Lacen fala de mutações do vírus

publicado: 29/01/2021 13h20, última modificação: 29/01/2021 15h57

O diretor geral do Laboratório Central de Saúde Pública da Paraíba (Lacen-PB), Bergson Vasconcelos foi entrevistado no Jornal estadual desta sexta-feira, 29. O especialista falou sobre o aparecimento de casos de mutação do coronavírus no Brasil. De acordo com Bergson, o Lacen vem desenvolvendo um trabalho de vigilância laboratorial intenso, que culminou na identificação do primeiro caso de reinfecção pelo coronavírus na América Latina. Mais de 91 mil exames para o diagnóstico da Covid 19 já foram realizados pelo laboratório, desde o início da pandemia. 

“Isso é fruto de um trabalho conjunto entre o Lacen-PB, a UFPB e a FioCruz. Estamos avaliando amostras de cepas que são desenvolvidas por todo o estado da Paraíba. Neste caso de reinfecção, a gente detectou uma mutação numa proteína do vírus que funciona como uma chave para o vírus entrar na célula humana. Essa, a 484, se assemelha a mutação de outras linhagens que circulam na América do Sul”, disse.

Questionado pelas apresentadores Rayo Miranda e Ivyna Souto sobre o aparecimento de casos de mutação do coronavírus no Brasil, Bergson explicou que, neste momento, estão sendo observadas duas cepas circulando em grande proporção em João Pessoa, a B1128 e a B1133. “A permanência dessas cepas não difere do restante do país. Existem algumas mutações, principalmente na B1128, aonde identificamos que ela pode ser mais potente no processo de transmissão, mas precisa de outros estudos para aprofundar o conhecimento dessa condição. Mas o Lacen vem usando uma tecnologia de ponta para realizar todo esse trabalho”, relatou.

Sobre a eficácia da vacina contra essas novas variantes do coronavírus, o especialista afirmou que são, sim, altamente eficazes. “A metodologia empregada na utilização da vacina sinaliza o organismo para que desenvolva os anticorpos. A estrutura macromolécula do vírus é mantida e a capacidade de reconhecimento preservada”, considerou.

O diretor do Lacen falou ainda da preocupação diante do relaxamento das pessoas aglomerando, descuidando do uso da máscara de proteção e da higienização freqüente das mãos. “A gente tem que ressaltar que precisamos manter o distanciamento social, lavagem das mãos, uso de máscara, não aglomerar, e as pessoas que estão vacinadas podem ser vetores e mesmo criando anticorpos podem estar carreando o vírus para onde for”, alertou.

A cerca da segurança das vacinas, o diretor do laboratório de saúde pública do estado pontuou os testes realizados no Brasil, que serviram e são parâmetros observados para saber se a população brasileira responderia positivamente a proteção sugerida. “E não tivemos nenhuma reação expressiva ou que fosse limitatória para a utilização das duas vacinas testadas em nosso território nacional. Não houve nenhum relato científico contrário ao uso dessas vacinas. Temos órgãos muito sérios e criteriosos que observam todas as etapas de testes, como a Anvisa, o que nos assegura a eficácia da vacinação”, ponderou.     

Bergson ainda falou do trabalho intenso que vem sendo realizado pelo Lacen-PB, desde o início da pandemia e a corrida de todos os profissionais envolvidos contra o tempo para dar conta de toda demanda repassada. “Nós somos referência no estado no diagnóstico da Covid 19 e em outros também. O laboratório passou por uma reformulação gigantesca no parque tecnológico. Investimentos grandiosos para dar capacidade aos Lacens no país, facilitando também para o diagnóstico de outras contaminações”, disse.