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Na Tabajara: Cientista político fala de entraves Brasil/China
O cientista político Felipe Reis foi entrevistado no Programa Fala Paraíba desta quarta-feira (20), falando sobre a relação do Brasil com a China e a Índia, que produzem as vacinas contra a Covid 19 e a matéria prima para os imunizantes. O professor falou sobre as possibilidades de articulação que o governo brasileiro tem para resolver as questões contratuais.
Ao longo da entrevista o cientista político chamou atenção para as declarações não amistosas do governo brasileiro, mas bastante agressivas a um importante parceiro econômico, que é a China. Segundo ele, isso vem gerando desgaste na relação entre os dois países. A situação da vacinação, neste momento, é um efeito em cascata. Como o governo brasileiro não se antecipou acabou sendo deixado para o fim da fila, além de não ter se preocupado em destinar recursos para investimentos nos estudos das pesquisas no Brasil.
Segundo Felipe, o país teria condições de trabalhar numa vacina própria, mas foi o que não ocorreu. Diante do atual atraso dos imunizantes que deveriam já ter chegado da China, a avaliação é de que os produtos estão parados lá no país por questões diplomáticas, mais do que burocráticas, travando a vinda dos insumos.
Da mesma forma a Índia não incluiu ainda o Brasil nos países para onde está destinando os imunizantes da vacina de Oxford contra a Covid 19. Ano passado, em meio a pandemia, o Brasil foi contrário à proposta da Índia e da África do Sul, solicitando a renúncia dos direitos de propriedade intelectual de medicamentos e vacinas contra a covid-19. O governo brasileiro adotou uma postura pelo lado dos países europeus, diferente de anos anteriores
Para o cientista político, deve ser considerado também que a pandemia tem causado problemas de logística em todo mundo, mas que é evidente o desgaste da imagem do Brasil entre esses países. Segundo Felipe, o país está perdendo espaço em suas relações internacionais. “A china passou a ser o maior parceiro da argentina, que antes era o Brasil”, pontuou.
Quando falou sobre os pedidos de impeachment ao presidente Jair Bolsonaro, o cientista enfatizou que não deve ser esperado que o Congresso Nacional leve adiante essas solicitações pelo afastamento do presidente. Felipe, particularmente, acredita que, se chegasse ao plenário, não teria votação suficientemente favorável entre os parlamentares para levar adiante essa ação, tendo em vista os interesses econômicos estabelecidos entre o executivo e legislativo nacional.