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Ouça: Médico do aborto legal em Recife no Fala PB

publicado: 25/08/2020 18h36, última modificação: 26/08/2020 15h58

O médico pernambucano Olímpio Moraes Filho, responsável pela realização do aborto legal em uma criança de 10 anos, em Recife, foi entrevistado no programa Fala Paraíba, nesta quarta-feira, na Rádio Tabajara FM 105,5. Ele iniciou sua participação desmistificando a ideia de que a ciência está contra a religião ou vice-versa, lembrando que as duas áreas lutam, na verdade, por um mesmo objetivo, a preservação da vida. E, logo no início, também frisou a desigualdade de classes e raça que separa os casos de abortamento seguro, dos que levam as mulheres à sequelas, mutilação e morte.   

O caso da menina que se submeteu a um aborto legal ganhou grande repercussão no país, depois de centenas de conservadores e fundamentalistas religiosos protestarem em frente ao hospital, em Recife, tentando impedir a interrupção da gestação, no domingo, 16 de agosto.

A menina de 10 anos engravidou após ser estuprada em São Mateus, no Espírito Santo. Ela relatou que começou a ser estuprada pelo próprio tio desde que tinha 6 anos e que não o denunciou porque era ameaçada. Ele tem 33 anos e foi preso na semana passada em Betim (MG), acusado de estupro de vulnerável e ameaça. Se condenado, ele pode pegar até 15 anos de prisão. Ele está preso no Complexo de Xuri, em Vila Velha (ES).

Depois do ocorrido, o médico denunciou a posição desses grupos, criticou a exposição dos dados sobre a criança – que corriam em segredo de Justiça e foram vazados – e cobrou ética dos profissionais da medicina capixaba que se recusaram a fazer o procedimento na criança. Em 2008, o mesmo obstetra foi excomungado da Igreja Católica por realizar a interrupção da gestação de outra criança, essa de 9 anos, que estava grávida de gêmeos após ser estuprada por seu padrasto.

O histórico do médico Olímpio em defesa do aborto legal e seguro é amplo. Em um discurso na Câmara dos Deputados, em 2017, o obstetra defendeu a posição. E relembrou que a recuperação de abortos clandestinos e caseiros é o segundo processo que mais tira recursos da obstetrícia no SUS.

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