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Agricultores garantem produção durante pandemia
Agricultores familiares paraibanos estão trabalhando normalmente, apesar do coronavírus, para produzir alimentos saudáveis e sem agrotóxicos para o consumo da população, com isso garantindo a segurança alimentar. Eles são orientados à distância por técnicos da Empresa Paraibana de Pesquisa, Extensão Rural e Regularização Fundiária (Empaer), que acompanham suas atividades agrícolas e ressaltam que estão preocupados em seguir as normas de proteção definidas pelo Governo do Estado.
No município de Lagoa Seca, região onde a hortaliça e a fruticultura são predominantes, agricultores seguem à risca as recomendações técnicas e de saúde para cultivar seus roçados. O agricultor Adalberto Alves de Oliveira (Dinho), da comunidade Pau Ferro, falou sobre as medidas por ele adotadas para continuar oferecendo produtos aos clientes neste momento de pandemia. Ele trabalha com seus três filhos na produção de hortaliças, mantendo distanciamento e seguindo ainda mais regras de higiene.
“Não paramos e não vamos parar com o nosso trabalho. Trabalhamos com a perfeita limpeza e cuidado como sempre fizemos, e ainda mais agora, seguindo as orientações das áreas de saúde e da assistência técnica, com a certeza de que essa fase logo vai passar. Continuamos usando composto orgânico e biofertilizante líquido para produzir as hortaliças”, afirmou.
Severino Ramos Alves da Silva, também de Lagoa Seca, é outro produtor que trabalha com hortaliças. Ele destacou que vem tomando todos os cuidados no cultivo e manuseio dos produtos. “Neste momento, enquanto todos estão em casa, estamos no campo produzindo com todo o cuidado até que passe essa crise”, disse.
Ele também tem criação de galinha caipira, que recebe ração saudável para a produção de ovos ou para o abate. Tem pequeno rebanho bovino para produzir leite, que transforma em queijo e derivados para comercializar na Feira dos Produtores na cidade de Lagoa Seca e em Campina Grande.
Programas sociais - Com relação ao acompanhamento técnico, visando manter a alimentação das famílias beneficiadas com os programas sociais, a assistente social Edinete Freyre, da Empaer de Rio Tinto, explicou que as orientações são repassadas por telefone para os agricultores, ou via on-line, de modo que os trabalhos tenham continuidade, dentro das normativas do governo. Com relação aos cuidados com os produtos destinados ao Programa Nacional de Alimentação Escolar (PNAE) e ao Programa de Aquisição de Alimentos (PAA), ela disse que as recomendações são relacionadas principalmente com o manuseio, a preparação dos kits e sua distribuição, respeitando a distância entre as pessoas e com uso de máscara.
O gerente da Gerência Operacional de Produção Agropecuária e Ação Social da Empaer, vinculada à Sedap, Flávio Müller, informou que o PNAE, dentre as ações de segurança alimentar, está a Resolução Nº 02 de 09 de abril de 2020, do Fundo Nacional de Desenvolvimento da Educação (FNDE), a qual autoriza em caráter excepcional durante o período da pandemia da Covid-19 a distribuição diretamente para as famílias de gêneros alimentícios adquiridos no âmbito do PNAE. Essa distribuição poderá ser realizada em forma de kits e inclui uma porção de frutas, priorizando sempre a aquisição de gêneros alimentícios locais.
A economista doméstica Aldenora Pereira, que também integra o Conselho Estadual de Segurança Alimentar e Nutricional (Consea-PB), reafirma a necessidade de consumir alimentos que tenham procedência da agricultura familiar, livres de agrotóxicos. Ela destacou que requer muito cuidado a preparação dos alimentos, “porque não adiantarão de nada os cuidados tomados no campo se em casa também não houver as precauções”.
“Alimentação saudável deve conter todos os nutrientes para o nosso corpo, que tenha alto valor nutritivo, adquirido a baixo custo. Não podemos esquecer o valor que tem a água para a nossa saúde”, comentou Aldenora, que ainda recomenda o consumo de produtos cultivados de forma ecológica, sem uso de fertilizantes químicos, fungicidas, inseticidas e herbicidas, por exemplo, que garantem também que a pessoa não acumule veneno em seu organismo.
O gerente regional da Empaer em Campina Grande, Ailton Santos confirmou que o atendimento aos agricultores vem sendo feito por meio on-line, de modo que não deixem de ser orientandos na produção de alimentos saudáveis. Ele reconheceu que pode ocorrer uma queda nas vendas de produtos vindos do campo, mas nunca na dimensão que acontece com a indústria e o comércio. “Vamos ter garantida a segurança alimentar neste ano ainda maior do que em 2019, porque teremos alimentos sendo produzidos no campo, com orientação, para a comercialização”, comentou.
As chuvas que ocorreram no Sertão e em outras regiões a partir do final de março e durante abril no Agreste, Brejo e Litoral, além da semente certificada chegando no tempo certo, é a garantia de uma safra maior que no ano passado, conforme o IBGE. “A produção orgânica de hortaliças, por exemplo, está acontecendo. Os agricultores comercializando seus produtos, seguindo todas as sugestões. O setor agropecuário também está caminhando normalmente”, comentou.