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Desenvoltura em programas televisivos levou Jackson do Pandeiro, o ‘rei do ritmo’, a participar de nove filmes

Luz, câmera... Pandeiro!!!

publicado: 18/04/2019 10h28, última modificação: 18/04/2019 10h29
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Viúvo Alegre - Jackson

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Não cabe discussão quando o assunto é o talento do paraibano Jackson do Pandeiro. Além do talento musical, o ‘rei do ritmo’ dominava muito bem a arte de aparecer diante das câmeras. E quando unido a Almira Castilho a teatralização das apresentações atingia a perfeição. E foi esse o caminho que fez Jackson chegar às telas grandes do cinema. Ao todo, o paraibano participou de nove longas-metragens (chanchadas produzidas entre a segunda metade da década de 1950 e início da década de 1960).

A desenvoltura de Jackson e Almira nos programas televisivos fez esbugalhar os olhos de produtores cinematográficos. A primeira tentativa deu com os burros n’água... Roberto Mello, Deuse Mello, Mendes de Oliveira e Roberto Stravolo planejaram um filme sobre o folclore brasileiro, tendo Jackson e Almira como estrelas. O filme já tinha até patrocínio, mas o projeto não vingou.

‘Tira a mão daí’ (1956) foi o primeiro filme, com direção e roteiro de Rui Costa. Nesse longa co-produzido por Flama Filmes, Unida Filmes e Cinedistri, a dupla interpretou apenas números musicais. Também participaram de ‘Tira a mão daí’ Ângela Maria, Linda e Dircinha Batista, Jorge Veiga e Virginia Lane.

Na sequência, Jackson do Pandeiro e Almira Castilho participaram dos seguintes filmes: ‘Batedor de carteira’ e ‘Minha sogra é da polícia’ (1958), ‘Aí vem alegria’ e ‘Cala a boca, Etelvina’ (1959). “Esse é um que ele canta e dança com um grupo grande, a música Baião. Nos outros filmes ele faz pequenas aparições, mas significativas”, comentou o cineasta paraibano Marcus Vilar, que está para lançar um documentário sobre Jackson.

Depois de  ‘Cala a boca, Etelvina’, Jackson do Pandeiro também foi incluído em cenas de ‘Pequeno por fora’ e ‘Viúvo alegre’ (1960), ‘Bom mesmo é carnaval’ (1961) e ‘Rio à noite – Capital do samba’ (1962).

Estrela da música e com diversas participações em longas, Jackson do Pandeiro nunca assistiu aos filmes que participou. Seu lugar era mesmo no palco, cantando, tocando e fazendo munganga. O ‘rei do ritmo’ também já foi tema de diversos documentários.

Batizado como José Gomes Filho, Jackson do Pandeiro nasceu em 31 de agosto de 1919 em Alagoa Grande, na Paraíba. Passou boa parte da vida em Campina Grande, onde foi engraxate, ajudante de padaria e deu início à sua carreira como músico. O apelido de Jackson foi inspirado em um personagem americano de filme de faroeste (Jack Perry).

Fez grandes parcerias com Luiz Gonzaga, Edgar Ferreira e Rosil Cavalcanti, sendo considerado o maior ritmista da música brasileira. Morreu de embolia pulmonar e cerebral em10 de julho de 1982, aos 62 anos, em Brasília. Entre seus sucessos estão ‘Sebastiana’, ‘Chiclete com banana’ e ‘Cantiga do sapo’.

 

Documentário paraibano

O cineasta paraibano Marcus Vilar está com um filme praticamente pronto a respeito de Jackson do Pandeiro. Feito em parceria com Cacá Teixeira,  ‘Jackson – Na batida do pandeiro’ deve ser lançado em junho deste ano, rodando o Brasil no ano do centenário.

“Estamos só esperando a liberação da última parcela para pagar os direitos autorais [pelo uso de imagens e músicas], mas não temos data ainda. Em princípio, o lançamento será realizado em junho”, contou Marcus Vilar, em entrevista ao jornal A União.

O consultor do filme é o jornalista Fernando Moura. De acordo com o cineasta, o filme está em processo de pós-produção, esperando a definição dos direitos autorais de música e imagem. O filme tem produção de Heleno Bernardo e consultoria musical de Carlos Anísio.

A ideia de fazer um filme sobre Jackson do Pandeiro nasceu quase que simultaneamente na cabeça dos dois diretores. Marcus Vilar pensou no projeto depois de ler a biografia' Jackson do Pandeiro - O rei do ritmo' (Editora 34), dos jornalistas Fernando Moura e Antônio Vicente Filho.

Vilar pretendia contar a vida de Jackson em um documentário de curta-metragem. Já Teixeira, que residia no Recife, tinha em mente um curta ficcional sobre um dos vários episódios rocambolescos envolvendo o artista.

“Nós vivemos num país de pouca memória. Então é fundamental esse trabalho sobre Jackson do Pandeiro para que as pessoas conheçam de onde saiu, quem foi e qual é a importância dele para a cultura brasileira”, disse Marcus.,