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JAMILA MARQUES DIZ QUE FESTIVAL PROJETA MÚSICA DA PARAÍBA PARA O MUNDO

publicado: 10/11/2017 13h45, última modificação: 10/11/2017 15h25

A cantora e compositora Jamila Marques ficou em polvorosa com a realização do Festival de Música da Paraíba. "Minhas preces foram ouvidas", foi a frase que usei quando vi o edital”, disse ela. Dia 21 de novembro, haverá divulgação dos 24 selecionados para as disputas.

Jamila avalia que a Paraíba tem uma cena cultural muito rica e que o festival fortalecerá o movimento artístico. “Eu acredito que o caminho é este. Do incentivo ao artista local, à reunião daqueles que vibram numa mesma sintonia”, falou a cantora e compositora.

Ela também acha que o Festival de Música da Paraíba terá o poder de levar, com força, o nome da Paraíba para o mundo, através da divulgação do evento. “Parabéns ao Governo do Estado, à Funesc , à Radio Tabajara e demais parceiros pela iniciativa”.

Jamila  é piauiense, mas mudou-se para Campina Grande aos 17 anos de idade. Cursou a graduação em Odontologia e logo em seguida ingressou no Mestrado na UFPB, em João Pessoa.

Nascida em uma família de cantores, compositores e artistas plásticos, Jamila não fugiu à regra e encontrou na música um "caminho para realização e felicidade". Começou a compor em 2012 e, desde então, não parou mais.

Atualmente, possui um projeto autoral, com a banda  que leva o seu nome, em parceria com Pedro Regada, Diego Miranda, Ruanna Gonçalves e Philippe Dias. Definindo o seu estilo como world music, suas canções possuem referências do reggae, funk, jazz, pop, samba e forró.

Este ano, lançou dois clipes com as canções "Reconversa" e "Quem Sabe Felicidade", ambas de sua autoria. Atualmente está no processo de Pré-produção do seu primeiro EP, que deve ser lançado ano que vem. Abaixo, veja a entrevista com Jamila Marques:

 

 

- Jamila, como surgiu essa paixão pela Paraíba?

Eu tenho paixão pela vida e em vivê-la. Quando tinha 17 anos, fiz vestibular para alguns locais diferentes e então, apesar de  passar na minha cidade, no Piauí, resolvi cursar odontologia na Universidade Estadual da Paraíba. Eu queria conhecer outra cultura, estilo de vida e experimentar minha independência e liberdade. A consequência de tudo isso, é meu coração ter se rendido aos encantos desta terra e hoje declarar-se Piauibano. Vivo aqui há mais de dez anos e sou grata, por a Paraíba ter me pegado no colo, como uma mãe gentil.

- De formação acadêmica em odontologia para a música, você imaginou que um dia adentraria na vertente musical?

Apesar de sempre sentir a arte correndo nas veias e fazer parte de uma família de escritores, compositores e artistas plástico, a música era, para mim , uma atividade paralela, um hobby, uma terapia. Quando surgiram as composições, comecei a mostrar, timidamente, aos mais próximos e todos que ouviam diziam "ah! mas você tem que mostrar isso para o mundo". Isto reverberou em mim e para além.

Hoje, mais que o meu hobby e a minha terapia, a música é o meu caminho para a felicidade e o melhor, ainda é o meu trabalho.

- A composição e as ideias surgem muitas vezes quando menos esperamos, de modo natural e despretensioso. Como é o seu processo de composição?

É exatamente assim que funciona. Costumo dizer, que estou nua e crua nas minhas composições. O que faço é traduzir em forma de canção, sem máscaras, que vem do âmago do meu ser... Há composições que vem inteiras, já outras vêm em partes. Lembro-me de quando fiz uma canção chamada "Apego", em um dia de muita saudade de minha família. Este presente, me chegou em 10 minutos. Compor é algo místico.

- O quê podemos esperar do seu EP?

Muita poesia reunida sob referências do forró, pop, samba, mpb, reggae, jazz e funk. Nosso som não se enquadra em gênero específico, ele é world music e isso é o que torna o projeto interessante, este leque de possibilidades. Utilizar a música como mecanismo de aproximação, diálogo e compreensão é uma intenção.

- Atualmente você está homenageando a cantora Rita Lee com um show especial, juntamente com Morgana Morais, Ruanna Gonçalves e Marcondes Orange. Como é cantar e reverberar a obra da ovelha negra da música brasileira e qual a importância que ela teve para o empoderamento feminino?

Está sendo uma maravilha de encontro e de proposta. Só tenho a agradecer a Morgana Morais, pela iniciativa. Quem introduziu a Rita Lee na minha vida, foi a mamãe, D. Dila. Ao invés de cantar 'Boi da Cara Preta" para me ninar, ela me cantava "'Ovelha Negra". As canções da Rita são bem à frente do seu tempo e trazia, desde muito, discussões a respeito do empoderamento feminino e autonomia da mulher, em épocas nas quais as massas nem se quer questionavam-se a respeito disso. Para mim, 'Agora Só Falta Você" é um hino que me encorajou, em vários momentos da minha vida, a " ser quem eu sou e estar onde estou".

- Os festivais são grandes polos de divulgação para os artistas mostrarem o seu trabalho para o grande público, o que você acha da iniciativa do Festival de Música da Paraíba e, na sua opinião, o que ele para proporcionar para os musicistas e compositores do nosso Estado?

"Minhas preces foram ouvidas" foi a frase que usei quando vi o edital... Estava esperando por isso. Nós temos uma cena cultural muito rica, e a união e interação desta cena através de um Festival grandioso, como este, fortalecerá e muito o movimento artístico na Paraíba. Eu acredito que o caminho é este. O caminho do incentivo ao artista local, a reunião e união, daqueles que vibram numa mesma sintonia através da arte, para levar, com força, o nome da Paraíba para o mundo. Parabéns ao Governo do Estado, à Funesc , à Radio Tabajara e demais parceiros pela iniciativa.

 

Erick Marques