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Festivais de Música exibem diversidade das composições e estrelas que nascem de repertórios únicos

publicado: 16/02/2022 17h49, última modificação: 16/02/2022 17h49

O I Festival de Música Popular Brasileira foi realizado entre os meses de novembro e dezembro de 1960, no estado de São Paulo. A grande final foi no dia 03 de dezembro, quando competiram 21 canções, saindo vencedora a “Canção do Pescador”, composição de Newton Mendonça, com interpretação de Roberto do Amaral. Em 2018, o governo do estado da Paraíba, através da Rádio Tabajara e Fundação Espaço Cultural (Funesc), resgata esse formato de competição e lança a primeira edição do Festival de Música da Paraíba.

A iniciativa lançou luz sobre as composições de artistas paraibanos, que passaram a dispor de um evento pensado para valorizar suas canções autorais inéditas. Na época de ouro do rádio - décadas de 40, 50 e 60 -, a Rádio Tabajara exibia seus programas de auditório com artistas de fama nacional e internacional nos estúdios da emissora em João Pessoa-PB. O programa ‘Palco Tabajara’ é outro produto da casa que traz de volta esse formato de programação para os ouvintes.

E as composições, verdadeiras estrelas desses espaços, algo absolutamente único e abstrato, podem ou não ser apoiadas pela presença de instrumentos musicais, por serem um ‘campo totalmente livre’, como disse o cantor e compositor paraibano, Elon Barbosa, natural de Pombal-PB. “Uma caneta, um papel ou o bloco de notas do celular e um instrumento musical. Ou mesmo, nada disso. Hermeto Pascoal faz música até com o bigode. Não tem segredo. Porque é absolutamente um campo livre. Tudo vai de acordo com as pretensões artísticas e estéticas de quem compõe para chegar no formato que quer”, destacou.

Para Elon, o artista que compõe nunca poderá prever o efeito que aquela canção vai causar em quem escuta e isso é algo, realmente, incontrolável de todo o processo. “Acho que quando a gente compõe pode ter um vislumbre e uma intenção que vem de dentro pra fora. Mas não dá para prever, porque a forma como a música atravessa cada pessoa pode ganhar diversos contornos. Cada vivência e repertório cultural próprio vai servir como prisma para que a arte transpasse e vire um sentimento, uma interpretação, um entendimento”, disse.

No processo de construção de uma canção destinado, diretamente, para concorrer a um festival, a chance para impactar é única e ali, naquele momento. “Canção é canção, independente do destino que ela tome, se é pra um festival ou pra um lançamento. Mas, uma canção composta para um álbum abraça o conceito daquele produto e pode levar um tempo até alcançar seu objetivo. Já nos festivais, é preciso considerar que o público deve ser impactado na hora, pelo calor daquele momento e do que a canção propõe. Mas, quando a canção é genuína não há diferença nenhuma”, ponderou o artista.

Elon Barbosa participou da disputa na última edição do festival, com a canção “Paraíba Sou Sim”. Esteve entre os finalistas, mas foi vencido por João Carlos Jr com a canção “Você Viu”, que levou o primeiro lugar na competição, além de melhor intérprete e mais votado pelo júri popular. O segundo lugar ficou com Totonho, que defendeu a música “Pega o Beco”, ao lado da sua banda ‘As Cabritas’. E o terceiro colocado, Tom Drummond, que apresentou a composição “Desgoverno”.

V Festival de Música - Para participação no evento deste ano, os interessados já podem acessar o endereço eletrônico: www.radiotabajara.pb.gov.br/festivaldemusica e garantirem a chance de estar entre as 30 canções selecionadas, até o dia 6 de março.

Quem pode participar - Podem participar artistas paraibanos com residência comprovada no território estadual ou artistas de outros estados, desde que igualmente comprovem ser residentes na Paraíba há pelo menos dois anos. Além disso, é preciso ter idade acima de 18 anos e se inscrever com música autoral inédita, uma vez que a natureza do festival é de revelação e valorização do artista autoral.

Realização - O festival é realizado pelo Governo do Estado por meio da Secretaria de Comunicação Institucional - Secom PB, a Empresa Paraibana de Comunicação – EPC e a Fundação Espaço Cultural da Paraíba – Funesc. O evento cultural abre espaço para que os artistas possam apresentar as suas criações ainda não conhecidas do público.

Homenageada - Nesta edição de 2022, a personalidade musical homenageada é a cantora e compositora Inês Caetano de Oliveira - Marinês, conhecida como a “A rainha do Xaxado”. Ela nasceu em São Vicente Férrer-PE, no dia 15 de novembro de 1935, mas mudou-se ainda criança com a família para Campina Grande-PB, no bairro da Liberdade, lugar onde criou raízes. Em 1950, conheceu o mestre Abdias do acordeon, que apresentou Marinês ao repertório de Luiz Gonzaga, que a encantou.

A partir daí ela passou a ser a voz feminina da música nordestina, montando a Patrulha de Choque do Rei do Baião. Anos depois foi convidada por Gonzaga a integrar as suas apresentações, seguindo para o Rio de Janeiro e foi coroada pelo mesmo, como a ‘Rainha do Xaxado’ (dança típica dos cangaceiros de Lampião). Marinês faleceu em 14 de maio de 2007, aos 71 anos.

A premiação será oferecida apenas aos participantes da final, que acontece no dia 4 de junho:

1º lugar: R$ 10.000,00 (dez mil reais)

2º lugar: R$ 7.000,00 (sete mil reais)

3º lugar: R$ 5.000,00 (cinco mil reais)

Melhor intérprete: R$ 3.000,00 (três mil reais)

Melhor canção pelo voto popular: crédito no valor de R$3.000 (três mil reais) para aquisição de equipamento ou instrumento musical.