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Vladimir Carvalho relembra passagem pela Rádio Tabajara

publicado: 05/12/2019 19h52, última modificação: 05/12/2019 19h52

Um dos mais antigos e consagrados cineastas e documentaristas do país, o paraibano, natural da cidade de Itabaiana, Vladimir Carvalho visitou as dependências da Rádio Tabajara nesta quinta-feira (5), conheceu o acervo histórico da emissora (registros desde a fundação em 1937), e concedeu entrevista ao vivo no Programa Fala Paraíba, além de conversar também com a jornalista Josi Simão, falando um pouco da sua relação com o Rádio.

Nascido na mesma década da Rádio Tabajara, e a poucos dias de completar seus 85 anos de vida, Vladimir relembrou a época em que colaborou, por meio da sua arte e versatilidade, com programas de esporte, na época, junto com Guido Lemos e Otinaldo Laurenço. No fim dos anos 1950 e início dos anos 1960, quando Adalberto Barreto assumiu a direção da rádio Tabajara, Vladimir e João Ramiro Melo foram convidados para fazerem um programa na Tabajara, que se chamou ‘Luzes do Cinema’, nos domingos, ao meio dia, apresentado por Walderedo Paiva. Nesse tempo eles escreviam críticas de cinema no jornal A União.

“Mesmo sem apresentar, vez por outra eu estava no programa, lendo um comentário. A gente lia as melhores revistas de cinema da época para escrever os noticiários e alcançava uma audiência muito boa e durou uns dois a três anos. O rádio fez parte da minha vida desde tenra idade”, contou. No palco da Rádio Tabajara, dirigiu e atuou na peça radiofônica Vas Bien, Fidel, de Oduvaldo Vianna Filho, verdadeira apologia do líder cubano.

Vladimir foi espectador dos programas de auditório e tem muito vivo na memória as apresentações do programa Café com Leite, comandado pela dupla Jackson do Pandeiro e Rosil Cavalcante, em 1947. Um dos momentos que também mencionou foi um de seus primeiros trabalhos no cinema: o documentário Cabra Marcado para Morrer, de Eduardo Coutinho, quando foi chamado para ser assistente, mas as filmagens foram interrompidas pelo Golpe Militar de 1964 e só retomadas 17 anos depois.

O filme aborda a vida e a morte de João Pedro Teixeira, um líder camponês assassinado em 1962 na Paraíba. Além de entrevistas com camponeses e a família de João Pedro, o documentário também faz a reconstituição de algumas cenas com atores.

Vladimir mora em Brasília e veio à capital paraibana para prestigiar a 14º edição do Fest Aruanda do Audiovisual Brasileiro, que teve como grande atração, na última terça-feira (3), a estreia do novo filme do cineasta paraibano: ’Giocondo Dias – Ilustre Clandestino’. O documentário, que retrata a vida de um dos fundadores do Partido Comunista Brasileiro, estreou no final de novembro no 52ª Festival de Brasília e teve a première paraibana no Aruanda.

Confira abaixo, cronologicamente, a filmografia de Vladimir:

Romeiros da Guia - 1962

A Bolandeira - 1967

Vestibular 70 - 1970

O País de São Saruê - 1971

Incelência para um Trem de Ferro - 1972

O Espírito Criador do Povo Brasileiro - 1973

O Itinerário de Niemeyer - 1973

Vila Boa de Goyaz - 1974

Quilombo - 1975

Mutirão - 1975

José Lins do Rego - 1975

A Pedra da Riqueza - 1976

Pankararu do Brejo dos Padres - 1977

Brasília Segundo Feldman - 1979

O Homem de Areia - 1982

O Evangelho Segundo Teotônio - 1984

Perseghini - 1984

No Galope da Viola - 1990

A Paisagem Natural - 1991

Conterrâneos Velhos de Guerra - 1991

Negros de Cedro - 1998

Barra 68 - 2000

O Engenho de Zé Lins - 2006

Rock Brasília - Era de Ouro - 2011

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